O ano de 2021 foi bastante complicado para os fundos de investimento e investidores em geral no mercado de renda variável. Alguns fundos de ações de casas renomadas estão fechando o ano com retornos negativos de dois dígitos. Passado o primeiro semestre, em que a bolsa brasileira apresentou por certo tempo um movimento de alta sustentado por dados fortes das economias dos EUA e China, experimentamos um segundo semestre problemático, tanto do ponto de vista político como econômico.
Denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19, dados de inflação mais altos que o esperado no mundo todo, temores sobre eventuais flexibilizações no teto de gastos, redução de estímulos monetários nos Estados Unidos, embates institucionais e preocupações com um eventual calote da construtora chinesa Evergrande, além da PEC dos Precatórios e novas variantes do coronavírus foram temas que dominaram o cenário pessimista, o qual levou a bolsa dos 130 mil pontos em junho/julho para o patamar dos 104 mil pontos.
As mudanças climáticas também tiveram impacto nos mercados no ano de 2021. As geadas de julho prejudicaram a produção de alimentos no Brasil e ajudaram a elevar a inflação. Além disso, a seca severa impactou os preços em toda a linha, de grãos a energia, e aumentou a importância dos ativos resilientes à inflação. Para conter a alta da inflação, que hoje está bem acima da meta, o ciclo de alta da dos juros foi antecipado pelo Copom. O Brasil começou o ano com a taxa Selic numa baixa histórica de 2% e terminou 2021 em 9,25% – o ciclo de alta mais agressivo desde 2002. Nesse cenário, a exposição maior à renda fixa pós-fixada tem se mostrado um acerto, já que um cenário provável para 2022 é que a Selic ultrapasse os 11%.
Os últimos meses também foram marcados por dados que mostram que a atividade econômica perdeu fôlego. Após um sólido crescimento no primeiro trimestre, o PIB caiu -0,4% no segundo e -0,1% no terceiro trimestre, na base trimestral. Nesse panorama, um dos cenários com o qual estamos trabalhando para 2022 é de crescimento próximo a zero/negativo, inflação persistente, pressão compradora no dólar, como decorrência de possíveis problemas ainda advindos da pandemia e da proximidade das eleições, além de volatilidade mais elevada.
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